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Estratégias Nutricionais na Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, caracterizada por estresse crônico, condições de trabalho exaustivas e esgotamento físico e emocional, tem se tornado uma preocupação crescente entre os profissionais de saúde. Este artigo explora estratégias nutricionais eficazes para te auxiliar no manejo desta condição.

Compreendendo a Síndrome de Burnout

O termo Burnout é utilizado na língua inglesa para dizer que algo deixou de funcionar por exaustão ou sobrecarga. A Síndrome de Burnout tem uma concepção multidimensional podendo manifestar características marcadas principalmente pelo esgotamento emocional e físico, frustração e redução da realização profissional no trabalho.

A atual sociedade moderna, na qual vivemos, marcada por rotinas exageradamente aceleradas, têm contribuído para essa queixa, muitas vezes imperceptível. O diagnóstico, apesar de difícil, vem aumentando segundo os médicos e se tornando cada vez mais comum. Os médicos esclarecem que não possuem critérios de diagnóstico específico e que muitas vezes a Síndrome de Burnout pode ser até confundida com a depressão. O Burnout é caracterizado pelo esgotamento físico e mental, tendo relação principal, na maioria dos casos, com o ambiente de trabalho e as jornadas exaustivas. As revisões nos mostram que profissionais, como médicos, enfermeiros e professores acabam sendo as classes mais afetadas. Porém, outras profissões não estão livres desse mal, e que constantemente podem haver outras variáveis associadas como: idade, gênero, possuir filhos, uso de bebida alcoólica e/ou de fármacos, prática religiosa, turno e/ou setor de trabalho, conflitos, óbitos, vontade de abandonar a profissão, entre outras.

Sabe-se que o paciente submetido a essa síndrome requer um acompanhamento médico e multidisciplinar. A escassa literatura nacional e internacional relacionada aos fatores de risco de burnout é uma lacuna ainda existente, delimitando a discussão para outras áreas abrangendo a nutrologia, psiquiatria e psicologia.

 

Estratégias Nutricionais

Pensando em estratégias nutricionais, pacientes com Síndrome de Burnout, podem se beneficiar das vitaminas do complexo B, que desempenham um papel crucial tanto no funcionamento do sistema nervoso, atuando como coenzimas essenciais na produção de neurotransmissores quanto no metabolismo energético. Em situações de estresse, uma ou mais dessas vitaminas podem ter seus níveis diminuídos, especialmente se não são supridas pela alimentação. 

Neste mesmo contexto, é interessante citar o papel da piridoxina, metilfolato e metilcobalamina (vitaminas B6, B9 e B12, respectivamente). Elas contribuem para a função cognitiva e para a redução da fadiga, além de proporcionar reações de metilação. Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders relata que pacientes com Burnout apresentam a aumento da cortisona e do cortisol salivar, evidenciando uma correlação com o eixo hipófise-adrenal. Esses pacientes, e outros com sintomatologia relacionada à Síndrome de Burnout, apresentaram alterações na metilação em genes como o do receptor de glicocorticóides (ao qual o cortisol se liga) e no gene transportador da serotonina, concluindo que as vitaminas B6, B9 e B12 na forma metilada, o aminoácido S-adenosilmetionina (SAMe) e até a vitamina C, que contribui endogenamente para os processos de metilação, podem ser boas estratégias nutricionais a serem suplementadas. 

Outro nutriente que tem uma relação íntima é a vitamina D. No sistema nervoso central, encontram-se receptores dessa vitamina e enzimas relacionadas ao seu metabolismo. Ela afeta vários neurotransmissores e fatores neurotróficos relevantes para transtornos mentais. Diversos estudos demonstram a correlação entre os níveis de vitamina D e os sintomas de ansiedade, mostrando ainda o papel da vitamina D na patogênese dos transtornos afetivos sazonais, apoiando que a deficiência desta vitamina pode não apenas ser um fator predisponente ao desenvolvimento, mas também relacionar com o estado psiquiátrico de pacientes adultos. 

Pacientes envolvidos no estado de esgotamento tendem a apresentar baixos níveis de cortisol e neurotransmissores. Indivíduos com burnout são caracterizados por baixa função serotoninérgica e/ou por baixa função dopaminérgica. Baseado nesse contexto, estratégias suplementares que aumentem esses neurotransmissores podem ser benéficas nesses pacientes. 

A feniletilamina é capaz de alterar o transportador de serotonina interagindo com receptores específicos, melhorando a recaptação não só da serotonina, mas também da dopamina, podendo ser um dos ativos em pacientes que apresentam baixa nesses neurotransmissores. No mesmo contexto, a N-acetil-L-tirosina (NALT), por ser um precursor de catecolaminas (dopamina e noradrenalina), também pode ser utilizada. Condições de estresse extremo perturbam a parte comportamental, esgotando mais rapidamente a norepinfrina e dopamina cerebrais. Nesses casos a NALT reduz esses déficits comportamentais neuroquímicos, mostrando-se promissora em condições de estresse agudo, reduzindo sintomas de humor adverso, pois restabelece os estoques de dopamina e noradrenalina, para que a função desses neurotransmissores esteja intacta.

 

Mitocôndrias e Fadiga Crônica em pacientes com Síndrome de Burnout

Uma outra queixa, que também é uma sintomatologia característica de determinados pacientes da Síndrome de Burnout, é a fadiga crônica, decorrente do déficit energético. Essa condição tem uma relação muito íntima com as mitocôndrias. Os cofatores mitocondriais também podem ser inseridos nessa terapêutica, visando a melhora dessa sintomatologia. As estratégias podem ser as mais diversas, podendo ser inseridos nutrientes como a D-ribose, L-carnitina, coenzima Q10, ribosídeo e magnésio. Este último, dentre inúmeras reações, tem seu uso potencial terapêutico no burnout não só pela melhora energética, mas também pelo seu envolvimento na qualidade do sono, no eixo límbico-hipotálamo-hipófise adrenal, dada a capacidade do magnésio afetar os elementos desse sistema. Ele ainda se mostra capaz de suprimir alterações progressivas no hipocampo, reduzir a liberação do hormônio adrenocorticotrófico e melhorar a neurotransmissão, principalmente no que diz respeito aos sistemas envolvidos na depressão.

Como mencionamos aqui, as estratégias nutricionais podem ser bastante eficazes e assertivas nos pacientes de burnout. Elas podem contribuir tanto para a função cognitiva quanto para a redução da fadiga. Cabe ressaltar que o burnout é uma condição clínica que vai precisar de mudança de hábitos e uma rede de apoio com tratamento multidisciplinar, envolvendo, em alguns casos, tratamentos com acompanhamento psiquiátrico/psicológico, práticas integrativas como relaxamento e terapia medicamentosa (ansiolíticos, por exemplo).

 

Conclusão:

Em suma, as estratégias nutricionais oferecem um caminho promissor para o manejo efetivo da Síndrome de Burnout, especialmente para profissionais de saúde que enfrentam desafios únicos em seus ambientes de trabalho. Enquanto vitaminas como B6, B9, B12 e D, juntamente com outros suplementos, podem desempenhar um papel crucial na melhoria da função cognitiva e redução da fadiga, é essencial reconhecer a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no tratamento do Burnout. Isso inclui mudanças de estilo de vida, suporte psicológico, e em alguns casos, terapia medicamentosa.

Lembramos que cada indivíduo é único, e as necessidades nutricionais podem variar. Portanto, se você tiver dúvidas ou precisar de orientação personalizada sobre as melhores estratégias nutricionais para você ou seus pacientes, não hesite em entrar em contato com um consultor especializado da Central Injetáveis. Nossa equipe está pronta para oferecer suporte e aconselhamento especializado, ajudando a garantir que você ou seus pacientes recebam o melhor cuidado possível.

 

Referências:

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Humble, M.B. Vitamin D, light and mental health. Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology. 2010; 101 (2).

Saura A.P.N.S., Valóta I.A.C., Silva R.M., Calache A.L.S.C. Fatores associados ao burnout em equipe multidisciplinar de um hospital oncológico. Rev Esc Enferm USP. 2022; 56.

Tops M., Boksem, M.A.S., Wijers, A.A., Van Duinen, H., Boer, J.A.D., Meijman, T.F., Korf, J. The Psychobiology of Burnout: Are There Two Different Syndromes? Neuropsychobiology. 2007; 55 (3-4).

 

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