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Terapia nutricional para deficiências nutricionais graves

Neste artigo vamos abordar como as terapias injetáveis auxiliam pacientes bariátricos diante das deficiências nutricionais do pós-operatório.

Um caminho seguro para evitar deficiências nutricionais graves

Você sabe por que pacientes bariátricos são os maiores beneficiados pelas terapias nutricionais injetáveis? A população que recorre à cirurgia para o tratamento da obesidade cresce a cada ano, refletindo um cenário epidemiológico crítico.

Dados de 2024, analisados pelo SISVAN, revelam que a obesidade grau III (IMC acima de 40 kg/m²) já atinge mais de 1,1 milhão de brasileiros, enquanto as obesidades graus I e II somam mais de 7,5 milhões de pessoas monitoradas.

Este cenário gerou um recorde de procedimentos: em 2023, foram realizadas 80.441 cirurgias bariátricas no Brasil.

No entanto, estima-se que mais de 8,2 milhões de pessoas teriam indicação para o procedimento, evidenciando uma demanda crescente que apenas no primeiro semestre de 2025 já resultou em 6.393 cirurgias realizadas pelo SUS (Datasus).

Apesar dos excelentes resultados no controle do peso e de comorbidades, esse contingente massivo de pacientes enfrenta um desafio constante: a deficiência de micronutrientes.

Ou seja, a absorção intestinal após o procedimento é alterada de forma significativa, especialmente em técnicas como o bypass gástrico (Y de Roux) e o duodenal switch, o que compromete seriamente a absorção de vitaminas lipossolúveis, minerais e vitaminas do complexo B.

Leia depois nosso informativo sobre falta de vitamina B12: sintomas, causas e quando prescrever

Como a fisiologia explica a dificuldade de absorção no pós-bariátrico?

Do ponto de vista fisiológico, a absorção de nutrientes depende de digestão adequada, pH apropriado, tempo suficiente de contato com a mucosa intestinal e funcionamento eficiente dos enterócitos.

No pós-bariátrico, a redução da acidez gástrica compromete a digestão inicial e a biodisponibilidade de minerais e vitaminas.

Além disso, o trânsito intestinal mais rápido diminui o tempo de interação entre os nutrientes e as vilosidades intestinais, limitando sua absorção.

Por fim, a digestão incompleta de gorduras e proteínas e as alterações hormonais intestinais reduzem a eficiência dos mecanismos de transporte, aumentando o risco de deficiências nutricionais.

As 4 principais deficiências nutricionais em pacientes bariátricos

Com as alterações anatômicas e funcionais causadas pela cirurgia bariátrica, a suplementação oral nem sempre consegue suprir as necessidades do organismo.

Nesse cenário, as terapias nutricionais injetáveis ganham relevância clínica por oferecerem uma reposição mais eficaz, com absorção direta e resposta mais rápida.

A seguir, apresentamos quatro deficiências nutricionais comuns no pós-operatório e como a via injetável pode auxiliar no manejo desses casos.

1. Vitamina B12

A absorção da vitamina B12 ocorre no íleo distal e depende da presença do fator intrínseco, produzido pelas células parietais do estômago. 

Cirurgias como o bypass e sleeve comprometem diretamente essa produção e o trânsito intestinal adequado, resultando em absorção insuficiente. A deficiência de B12 pode levar a neuropatias, fadiga extrema e anemia megaloblástica.

2. Ferro

O ferro é absorvido principalmente no duodeno e jejuno proximal — regiões frequentemente excluídas nas cirurgias bariátricas. Além disso, a redução da acidez gástrica dificulta a conversão do ferro férrico em ferro ferroso, forma mais facilmente absorvível. O resultado é um risco elevado de anemia ferropriva, especialmente em mulheres menstruadas.

3. Vitamina D

Por ser uma vitamina lipossolúvel, sua absorção depende da presença de bile e gordura dietética. A cirurgia bariátrica, especialmente a com desvio intestinal, reduz a superfície absortiva e interfere no processo digestivo das gorduras, dificultando a absorção da vitamina D. Essa deficiência agrava quadros de fadiga, baixa imunidade, perda óssea e resistência insulínica.

4. Zinco

A deficiência de zinco ocorre por diversos mecanismos: diminuição do ácido gástrico (fundamental para liberar zinco de proteínas alimentares), alteração da flora intestinal e bypass de segmentos de absorção como o intestino delgado proximal. Essa deficiência impacta diretamente a imunidade, a cicatrização e a saúde de pele, cabelo e unhas.

Confira nosso post sobre fertilidade Feminina: avaliação e abordagem integrada

Por que incluir terapias injetáveis na sua prática com pacientes bariátricos?

As vias injetáveis contornam o trato gastrointestinal, garantindo biodisponibilidade total e níveis séricos mais estáveis, o que é especialmente relevante para nutrientes cuja absorção depende de condições fisiológicas específicas, como vitamina B12, ferro e alguns complexos vitamínicos.

Isso permite correção mais rápida e eficaz de deficiências, prevenção de complicações neurológicas, hematológicas e musculoesqueléticas e melhor resposta clínica em pacientes sintomáticos.

Além disso, terapias injetáveis favorecem maior previsibilidade terapêutica, melhor adesão em pacientes com intolerância gastrointestinal e possibilitam abordagens individualizadas, baseadas em exames laboratoriais e manifestações clínicas.

Dessa forma, elas se tornam uma ferramenta estratégica para otimizar o cuidado nutricional e metabólico no acompanhamento de pacientes bariátricos.

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Referências:

– Mechanick JI et al. Clinical Practice Guidelines for the Perioperative Nutritional, Metabolic, and Nonsurgical Support of the Bariatric Surgery Patient. Obesity. 2013.
– Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Dados institucionais.
– Moize V et al. Nutritional implications of bariatric surgery. World J Gastroenterol. 2014.

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